terça-feira, 12 de julho de 2011

A matéria cerebral vital

Este artigo insere-se num conjunto de artigos que retratam o Colesterol de um modo algo diferente daquele que vemos ser difundido pelos meios de comunicação e pela nossa classe média. Estes artigos consideram que a forma como se encara o alto ou baixo nível de Colesterol, deveria ser tratado de forma diferente da metodologia adoptada pelo nosso sistema de saúde. Deveria ser identificada a causa, situação que normalmente não acontece, já que usualmente perante uma situação de alto ou baixo nível de Colesterol, logo se combate o nível de Colesterol, sem procurar identificar a causa desse teor de Colesterol não ser o adequado. São artigos escritos pela médica Natasha Campbell-McBride, que dirige a Cambridge Nutrition Clinic, na Inglaterra. Ela é autora do livro Gut and psychology syndrome. Os presentes artigos são a reprodução de um dos capítulos do seu novo livro Put your heart in your mouth! – What really is heart disease and what we can do to prevent and even reverse it. 

Uma das matérias mais abundantes no cérebro e no restante do nosso sistema nervoso é uma substância graxa chamada mielina. A mielina recobre cada célula nervosa e cada fibra nervosa como se fosse um revestimento isolante num condutor eléctrico. Além de isolar, ela dá alimento e protecção para todas as minúsculas estruturas do nosso cérebro e o restante do sistema nervoso.
A pessoa que começa a perder sua mielina desenvolve uma doença chamada esclerose múltipla.
Pois bem, 20% da mielina é colesterol. Se começamos a interferir na capacidade do organismo de produzir colesterol, pomos em risco a própria estrutura do cérebro e restante do sistema nervoso.
A síntese da mielina no cérebro está intimamente ligada à síntese do colesterol. Na minha experiência clínica, alimentos com alto teor de colesterol e gordura animal são remédios essenciais para pessoas com esclerose múltipla.
Uma das faculdades mais importantes com que o ser humano foi abençoado é a capacidade de lembrar coisas – a nossa memória. Como se forma a memória? Pelo estabelecimento de conexão entre as células do cérebro, a chamada sinapse. Quanto mais saudável for a sinapse que o cérebro produz, mais capacitada mentalmente e mais inteligente será a pessoa. Os cientistas descobriram que a formação da sinapse é quase totalmente dependente do colesterol (na forma chamada "apolipoproteína E") produzido por células cerebrais. Sem a presença desse factor não poderíamos formar sinapses e, portanto, não conseguiríamos aprender ou lembrar nada. Aliás, a perda de memória é um dos efeitos colaterais dos medicamentos usados para baixar o colesterol.
Na minha clínica, tenho visto um crescente número de pessoas que tomam pílulas para baixar colesterol apresentando perda de memória. O médico Duane Graveline, ex-cientista e astronauta da NASA, sofreu esse tipo de perda de memória quando tomava sua pílula para controle do colesterol. Ele conseguiu salvar sua memória parando de tomar a pílula e ingerindo grandes quantidades de alimentos ricos em colesterol. Ele descreve sua experiência no livro Liptor: Thief of Memory – Statin Drugs and the Misguided War on Cholesterol ["Liptor: Ladrão de Memória - As Estatinas e a Equivocada Guerra Contra o Colesterol."]
Em estudos científicos, o colesterol contido em ovos frescos e outros tipos de alimentos ricos nessa substância tem demonstrado que melhora a memória de idosos. Na minha experiência clínica, qualquer pessoa com perda de memória ou dificuldade de aprendizagem precisa ingerir esses alimentos em abundância para se recuperar.

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