segunda-feira, 25 de julho de 2011

Quais as manifestações clínicas das enxaquecas

Factores precipitantes como ansiedade,  exercício físico,  traumatismo craniano, alergia, dieta e ciclo menstrual podem estar presentes. São reconhecidos vários tipos de enxaqueca e dois deles são mais importantes na prática clínica: a enxaqueca com aura (clássica) e a  enxaqueca sem aura (comum). 

- A enxaqueca sem aura é a mais frequente na infância (70%). Não há aura visual ou somatossensorial. A dor pode ser precedida de alterações da personalidade, irritabilidade ou letargia. Estas manifestações iniciais podem durar 30 minutos e são seguidas de cefaleia frontal, recusa alimentar, dor abdominal, náuseas e vómitos. Estes pacientes procuram repousar em lugar escuro e tranquilo (fonofobia e fotofobia) e ao despertar normalmente a dor desaparece.

- A enxaqueca com aura corresponde a 15% das enxaquecas na infância. Ocorre normalmente no final do dia e é precedida por uma aura visual (visão borrosa, luzes coloridas e brilhantes, escotomas) ou somatossensorial (parestesias etc). A duração da aura varia e pode chegar a 20 minutos. A dor frequentemente é unilateral, orbitária, frontal ou temporal. A criança abandona o que vinha fazendo, vai a um lugar escuro (fotofobia) e tranquilo (fonofobia), tenta dormir e ao despertar a dor normalmente desaparece. Dor abdominal, recusa alimentar, náuseas e vómitos estão frequentemente associados. Em alguns casos a dor pode ser precedida ou acompanhada de sinais neurológicos transitórios como paralisia completa ou incompleta do III par (oculomotor), hemiparesia, afasia etc.
O diagnóstico das enxaquecas  é essencialmente clínico e os exames complementares estão reservados àqueles casos  nos quais são encontradas alterações focais no exame neurológico  ou manifestações que indiquem hipertensão intracraniana, como carácter progressivo da dor. Nestes casos, a tomografia computadorizada de crânio é o exame mais indicado.

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